Este é o capítulo 2 do
texto dos cuidados íntimos e sex toys, prometido
Aqui está ele.
Sex Toys é uma expressão
em inglês que traduzida quer dizer brinquedos para o sexo. Ora, aquilo sobre o
que eu vou falar não é sobre brinquedos, embora a maioria das pessoas se ria
muito e faça muitas brincadeiras e risotas à volta deste objecto que se chama
“Vibrador”. Ao contrário da categoria que lhe deram, não é um brinquedo, é uma
coisa muito séria e correctamente usado pode melhorar significamente a vida
sexual de uma mulher, de um homem ou de um casal.
Existem vibradores
femininos e masculinos. Vou falar apenas dos primeiros, embora os segundos
sejam muito importantes no tratamento de disfunções sexuais, como a ejaculação
precoce, ou na prevenção do cancro da próstata, por exemplo, mas um dia lá
iremos.
A História do
aparecimento deste objecto é muito curiosa. Aparece no séc. XIX como um
tratamento para uma doença feminina que os médicos denominavam Histeria e cujos
sintomas eram - irritabilidade, insónia, ansiedade, dores de cabeça, choro e
falta de apetite. Os médicos (Homens) acreditavam que este problema se
encontrava no deslocamento do útero, então tratavam as pacientes com longas masturbações,
provocando assim o efeito, mais conhecido como paroxismo sexual – o orgasmo. (O
orgasmo é uma contracção seguida de um intenso relaxamento, capaz de aliviar as
tensões musculares, relaxando o corpo inteiro).
Após o orgasmo, notavam que
as mulheres ficavam mais calmas, pelo menos durante algum tempo. Este
tratamento era demorado e cansativo para os médicos. Então Em 1880, um médico inglês
Joseph Granville inventou o vibrador movido à manivela. Aperfeiçoou-se a ideia
e surge o vibrador eléctrico. Nessa época, os vibradores deixaram de ser usados
apenas nos consultórios médicos, e as mulheres passaram a tratar a “histeria”
em casa. Ainda assim, o conceito de que aqueles sintomas caracterizassem uma
doença só foi abolido pela Associação Americana de Psiquiatria em 1952.
Esta
história está muito bem contada num filme Romance / Comédia que recomendo -
“HISTERIA” Direção: Tanya Wexler de 2012, Reino Unido.
Infelizmente a indústria
pornográfica subverteu a capacidade terapêutica dos vibradores tornando-os
meros objectos de complemento de cenas “porno” e talvez seja essa a razão pela
qual este objecto hoje em dia seja visto como “pornográfico” ou “escandaloso”.
E consequentemente tratado com vergonha, como um tabu.
Minhas amigas, grande
novidade. Não é um objecto "porno".
É um bom auxiliar para: estimular a região
íntima, auxiliando a Mulher a conhecer mais intimamente o seu corpo, as suas
zonas erógenas e o seu ritmo sexual. Pode ser uma forma de relaxamento sexual,
podendo ajudar a Mulher a atingir o orgasmo (ou simplesmente obtendo prazer, aliviando
situações de stress); e também pode ser usado pelo casal para variar sua a vida
íntima, para explorar novas sensações a dois.
Pode ser ainda usado em
disfunções sexuais, como complemento de terapia de casal.
Nos nossos dias têm à
vossa disposição vibradores de variadas marcas, feitios e preços.
Como escolher e onde
comprar? Desta vez vi alguns em farmácias (mas muito poucos) e com pouquíssimas
explicações; existem em sex shops onde de certeza as funcionárias vos sabem mostrar
o que há e em sites na internet onde podem ver o objecto e ler as suas características.
Escolher em material de
silicone, macios ao toque, laváveis com água, com pilhas ou baterias fáceis de
colocar e trocar, e um objecto que seja confortável à vista. Nada que vos
agrida ou que vos desperte animosidade ou inquietação.
Podemos começar por dois
tipos dependendo da zona erógena a que são mais sensíveis.
Alínea a- os clitorianos
– estimuladores externos, estimulam o clitóris e são pequenos, há de vários
formatos e são posicionados no clitóris no local onde for mais prazeroso. São
anatomicamente feitos para se ajustar ao corpo de cada mulher. Possuem várias
intensidades de vibração, conforme o gosto de cada mulher. Como não podem
experimentar na loja ou na net, olham para o objecto e visualizam se se
sentiriam confortáveis a usar. Geralmente não necessitam de penetração vaginal.
Alínea b – os vaginais para
uso interno.
Como escolher? Primeiro conhecendo-se a si própria. Ao contrário
do órgão masculino, o pénis que é externo, a vagina é um órgão interno e as suas
dimensões são altamente variáveis de mulher para mulher, e nenhuma forma
caracteriza todas as vaginas.
Portanto, cada mulher deve conhecer e orgulhar-se
doo seu corpo, sabendo que é única e ter bem a noção de como é. Através do auto
observação com um espelho ou da masturbação. (Durante muitos séculos
disseram-nos que não era bonito e que não se fazia).
Não vou explicar aqui que
a masturbação é uma prática natural e saudável porque se me estão a ler até
aqui, é porque concordam comigo.
Há Vibradores de vários tamanhos,
simples, com formato que favorece a penetração;
Alguns com uma curvatura
na ponta que permite a estimulação do ponto G (zona erógena dentro da vagina
que se situa acima da parte frontal (anterior) da parede vaginal e que nem
sempre é fácil de localizar) Se não encontram o vosso ponto G, não se
preocupem, não é absolutamente fundamental que sejamos todas iguais e que
tenhamos todas as mesmas sensações. Esta zona chega a ser muito controversa por
parte de médicos, visto que pode variar a sua localização de mulher para mulher.
Pode haver alturas em que se atinja esse ponto, outras em que não. Pode ser tema
só por si de outra crónica.
Outros em em formato de pénis,
que simulam o órgão sexual masculino. Tem a mesma função dos simples, mas podem
ter mais potencial na área da fantasia feminina e serem mais apelativos. (outro
tema só por si, outra crónica, a das fantasias).
Alínea C. Outros ainda
que conjugam as duas funções, e possuem um dispositivo que massaja o clitóris
durante a penetração.
E aqui está o segredo dos
vibradores. Para quem quer expandir a sua sexualidade e melhorar a sua saúde sexual
e o seu bem-estar geral, aconselho a compra de um dos acima descritos.
Procurem,
escolham, alguma dúvida pode mandar-me mensagem privada, ou e-mail.
Em caso de disfunção ou problema grave, têm à vossa disposição uma lista de terapeutas e psicólogos especialistas em sexologia clínica aqui indicados no meu blogue em várias zonas do pais.
Em caso de disfunção ou problema grave, têm à vossa disposição uma lista de terapeutas e psicólogos especialistas em sexologia clínica aqui indicados no meu blogue em várias zonas do pais.
O nosso corpo foi uma
dádiva que recebemos quando nascemos. Temos a obrigação de o tratar o melhor
que pudermos, honrando-o e respeitando-o. A área da sexualidade está ligada ao
amor que temos por nós próprios e pela pessoa que amamos e com quem queremos
partilhar a nossa intimidade. Por isso, esta é uma das áreas da nossa vida e da
nossa saúde que deve ser privilegiada por respeito e amor por nós mesmos.
Honremos o nosso corpo,
tratando-o como se fosse o nosso templo, com amor e carinho.
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